
Ainda jovem, em 1980, Steve Jobs cita um estudo que mede o gasto energético de diversos animais ao se deslocarem de um ponto até outro. E quando o assunto é economizar energia, o condor é o campeão.
Mas aí o estudo resolve medir também um 'homem de bicicleta', e o gasto cai à metade da marca do condor.
Jobs conclui dizendo que o homem é um 'tool maker', e que deseja que seus computadores sejam "uma bicicleta para nossas mentes".
Quanta energia você gastaria para colocar manualmente 5 mil nomes em ordem alfabética? Já com um computador...
E se antes computadores já eram uma mão na roda, o que falar agora com a IA generativa, criando textos e imagens com desempenho cada vez mais apurado?
Mas alto lá, escute bem a analogia de Jobs: uma bicicleta necessita de um condutor, nada que lembre as antigas liteiras (desenho abaixo), que vão pelo esforço de outrem e poupam o 'tool maker' de qualquer esforço, seja ele braçal ou intelectual.
O que nos leva a interrogar nossa relação com a tecnologia: de modo semelhante à clínica dos vícios (dependência em álcool, medicamentos, jogos, calorias...), tudo começa em uso, passa a abuso, e culmina num completo apagamento do condutor, que passa ao lugar de 'conduzido'.
Nesse sentido, educar para a tecnologia hoje inclui sublinhar a importância de não abrirmos mão desse lugar de condutor (autor), em um andar de bicicleta que nunca nos complemente a ponto de nos apagar.
Desafio que atravessa qualquer geração, sem respostas simples e que aciona em muitos previsões nada otimistas – mas não tem jeito: temos que nos implicar e encarar.
Se tenho utilizado a bicicletagpt para compor ou revisar meus posts por aqui? Nada contra, podemos até aprender com ela, mas confesso que tentei e tenho preferido caminhar a pé :)
Por Haendel Motta
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