Dois maltrapilhos no palco, ao lado de uma árvore seca, jogam conversa fora enquanto esperam Godot, personagem chave que, quando chegar, aí sim, irá tirá-los daquela condição.
Quase no fim do primeiro ato, entra uma criança avisando que Godot não virá, "talvez amanhã".
Segundo ato: a árvore agora tem folhas, e os dois continuam ali jogando conversa fora à espera de Godot.
A plateia se alterna entre estados de tédio e ansiedade – essa história não começa?; chega logo, Godot!
E aí o arrepio: em algum ponto do segundo ato, fica claro que Godot não irá chegar. A mais celebrada peça teatral de Samuel Beckett, 'Esperando Godot' (1952), é sobre isso, condicionar nosso movimento à expectativa do movimento de alguém.
Um convite irresistível para identificarmos nossos Godots...
...e fazer tudo começar mesmo sem eles :)
Por Haendel Motta
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