Não se assuste com o palavrão: 'pareidolia' é nossa capacidade de encontrar formas conhecidas em arranjos aleatórios, como ver dragões nas nuvens ou um olho humano no ralo de pia abaixo. Há algo de projeção nisso: um religioso tenderá a encontrar o rosto de Cristo na espuma do café ou nas formas de uma montanha, assim como um cabeleireiro verá tipos de penteado em cachoreiras ou na copa de algumas árvores. Importante é destacar que cada um fará suas pareidolias de acordo com seu repertório de fundo. Então agora vamos mais adiante um pouco: se esse efeito vale para imagens, vale também para... ideias. Pareidolia conceitual: você lê um artigo e no meio do texto já 'saca' o que ele quer dizer. Mas cuidado, quanto mais você presume que 'já entendeu', mais fica fechado para apreender algo novo ali. Nossa primeira decodificação de uma mensagem só se dá segundo a pareidolia que nosso repertório permite. Contudo, um bom ouvinte não para de escutar assim que um primeiro esboço de entendimento se apresenta. E, pode apostar, a maioria das discussões acaloradas que vemos hoje só se dá porque cada lado só decodifica o outro pela imagem de suas próprias convicções. Saber escutar o outro (soft skill de ouro) seria estar disposto e vulnerável a ir além de nossa própria e pré-conceitual – ou preconceituosa – pareidolia :)
Por Haendel Motta
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